sábado, 7 de agosto de 2010

Num piscar de olhos


Pisque agora! Vamos, tome coragem e pisque. Pode ser escondidinho. Ninguém precisa ver. Pisque! Também pode experimentar em frente a web cam e mandar para o blog. Um... Dois... Três... Já! Piscou? Pronto, Deus já fez. :)
Às vezes, nos ocupamos demais com coisas que ainda não aconteceram ou nem acontecerão. Ocupamos nossas mentes e corações, ocupamos nossos momentos com os filhos e nossos momentos de estudo com ansiedades, dúvidas, medos. Isso é besteira! Mas é claro que é mais fácil dizer do que fazer.
Mas, hoje, aconteceu. Quando abri meus olhos após um piscar, Deus já havia feito. Acontece que durante o instante do piscar, Deus já estava trabalhando ao meu favor. Mas o tempo que, agora, é só um instante, antes, era um loooongo período de incertezas e angústias. Dizem que o tempo é relativo... Acredito que sim. E quando o tempo interminááááável de pre-ocupações finalmente passa, me envergonho por não ter percebido imediatamente que era só um instante.
Glórias a Deus!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Ah, o amor...

"Penso em você nos primeiros 5 minutos, quando desperto...
E nos últimos 5 minutos, antes de dormir".

Não importa quem diga essa frase linda... Marido, amigo, filho, irmã, mãe, orientadora, chefe, pastora, professor... Não importa mesmo. Ouvir isso de qualquer pessoa que Deus colocou, de alguma forma, em sua vida, é bom demais.
Já pensou ouvir isso daquela senhorinha na padaria? E daquela amiga que você não vê há um tempão? Hummm... Aquela pessoa que você acha um máximo? Ah, fala sério. É bom demais.
Todo mundo quer ser amado. Todo mundo quer ser lembrado. Bom, eu quero. E não tenho medo de expor que eu quero 1 milhão de amigos, quero 1 milhão de pessoas que lembram de mim, mas só se for com muito carinho. Você não?

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Pais Maus, de Carlos Hecktheuer

Um dia, quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de lhes dizer: “Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão, a que horas regressarão. Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia. Eu os amei o suficiente para fazê-los pagar as balas que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e fazê-los dizer ao dono: 'Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar'. Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês, por duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos. Eu os amei o suficiente para deixá-los ver, além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos. Eu os amei o suficiente para deixá-los assumir a responsabilidade de suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração. Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes não, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em momentos até odiaram). Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci... Porque no final vocês venceram também! E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, quando eles lhes perguntarem se seus pais eram maus, vocês vão lhes dizer: ‘Sim, nossos pais eram maus. Eram os pais mais malvados do mundo’. "As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos de comer cereais, ovos, torradas. As outras crianças bebiam refrigerantes e comiam batatas fritas e sorvetes no almoço, e nós tínhamos de comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. E eles nos obrigavam a jantar à mesa, bem diferente dos outros pais que deixavam seus filhos comerem vendo televisão. Eles insistiam em saber onde estávamos a toda hora (tocava nosso celular de madrugada e “fuçava” nos nossos e-mails). Era quase uma prisão! Eles tinham que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistiam que lhe disséssemos com quem iríamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Nós tínhamos vergonha de admitir, mas eles 'violavam as leis do trabalho infantil'. Nós tínhamos de tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse tipo de trabalho que achávamos cruel. Eu acho que eles nem dormiam à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer. Eles insistiam sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, eles conseguiam até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata! Eles não deixavam os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham de subir, bater à porta, para eles os conhecerem. Enquanto todos podiam voltar tarde da noite com 12 anos, tivemos de esperar pelo menos os 16 para chegar um pouco mais tarde, e eles levantavam para saber se a festa tinha sido boa (só para ver como estávamos ao voltar). Por causa de nossos pais, nós perdemos imensas experiências na adolescência: Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime. FOI TUDO POR CAUSA DELES! Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos “PAIS MAUS”, como os nossos foram. Eu acho que esse é um dos males do mundo de hoje: não há suficientes pais 'maus'!"

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Time Goes By (1990/1991), Rebecca Horn

Eu nunca ouvi falar em Rebecca Horn até conferir a exposição Rebelião em Silêncio, no CCBB do Rio. Artes contemporâneas são ainda mais loucas do que as outras, parecem ainda mais próximas do ideal artístico de inutilidade. Mas, como sempre, eu não consigo apreciar arte sem buscar objetivos, justificativas, métodos. Meu olhar Moderno me aprisiona nas causalidades e, provavelmente, não quero me ver livre delas totalmente. Então, hibridizamos e deslizamos...
Sugiro que experimentem observar e o que mais quiser fazer na mostra de Rebecca Horn no CCBB, até 18 de julho. Mas façam isso com tempo, para aproveitar melhor o que a exposição têm para lhe oferecer. A mim, ofereceu sensações, pensamentos e um texto ao observar a obra intitulada O Tempo Passa:

Os binóculos que buscam ver de longe o que está perto do Outro. Os filmes que retratam experiências vividas pelo Outro. Os termômetros que medem nas ordens física e moral. Os sapatos que protegem os pés que se sujam e sujam as páginas da história.
O mal está sempre perto e nós sempre espiando o sofrimento, as câmaras de gás, os gritos, as dores, os medos, as mortes. Quem quer largar os binóculos da epistemologia iluminista e sair da zona de conforto? Quem quer ousar vivenciar como sujeito e deixar de objetificar o Outro?  (by Cassandra Pontes, 2010 ;-)

domingo, 9 de maio de 2010

Nada nem ninguém

O que há entre duas pessoas que se amam é muito íntimo. Não tenho dúvida sobre isso. É difícil para qualquer pessoa, que esteja fora da relação, entender Tudo o que há entre um casal apaixonado. Acho que é porque o Tudo envolve histórias, sentimentos, emoções fortes, olhares, cumplicidades, toques, sonhos que só o casal vivenciou juntos. Com o olhar de quem olha de dentro, vivendo, sentindo. E não com o olhar de quem observa de fora. Ninguém sabe o que há entre você e ele/a. Isso é sód e vocês e nada nem ninguém pode entender, interferir, roubar. Só um de vocês. Ou um de nós dois. É um poder extremo. Você percebe isso?
Há poucos dias, um intelectual público de oposição, que eu e meu marido aprendemos a admirar (cada um com seus motivos), postou um video no you tube no qual meu amor e eu aparecemos rapidamente. Foi onde tudo começou. Como nosso amigo querido disse: sem o quê nem porquê, um sempre andando atrás do outro, o casal começando e só eles não notando. Não poderíamos notar, estávamos vivendo tudo com intensa sem o olhar do espectador. Um casal apaixonado não age como aqueles que observam os momentos pelas fotos que tira para publicar na internet (ok, faço isso pacas, rs). Um casal apaixonado vive intensa tais momentos, como sujeitos não objetificados.
Há coisas que são só do casal. Coisas intensas e reais. Por isso, não consigo entender quando um relacionamento termina. Nunca é por culpa de alguém de fora. Mas por responsabilidade de alguém de dentro de permitiu que o "fora" entrasse. Sou grata à Deus porque o que há entre meu marido e eu é estranho para muitas pessoas. Isso significa que tudo continua belo e maravilhoso só para a gente. :)

sábado, 24 de abril de 2010

MOSHÉ

Hoje, eu assisti ao filme "O dia em que meus pais saíram de férias". Maravilhoso!!! Quem ainda não assistiu, vale à pena passar na locadora e alugá-lo. O caso é que o personagem principal era chamado Moshé, como um menino criado entre os governantes do Egito e que reencontrou sua mãe depois de adulto. Entendi logo que o nome Moshé é Moisés. Gostei mais de Moshé.
Após o filme, li o texto de um dos alunos da minha amiga Clarissa que ela postou no blog Pensando Alto. E mais uma vez, estava lá Moshé. O filme me ensinou a pronúncia e o texto de Shalom (6º ano) me ensinou a escrever MOSHÉ.
Isso me trouxe à memória alguns fragmentos da história de Moshé:
- Menino que nasceu entre os escravos e cresceu entre e como os poderosos do Egito (que Shalom chama de Matsot).
- Homem de valor e honrado, que aprendeu sobre deuses estranhos, mas serviu apenas ao Senhor.
- Aprendeu a cultura dos Outros, mas identificou-se (Lacan) com a cultura dos escravos, da sua família, do seu passado.
- Casou-se com uma mulher que nem era Judia nem Egipsia, no período de reflexão sobre o indecidível (Derrida).
- Escolheu com coragem aquilo que para muitos é indecidível e construiu o novo, saindo da mesmidade. Ou seja, não vacilou em desidentificar-se (Lacan) com as práticas culturais, os valores e as injustiças do Egito opressor.
- Viveu em diáspora por 40 anos, em busca da concretização de uma promessa que só viu de longe (leia em Deuteronômio).
É... Alguns pensamentos soltos, traduzidos em palavras, porque é certo que não explorei tudo o que a história de Moshé pode me oferecer. Não é à toa que essa história está lá. E nem é por acaso que ela me veio à memória. Meditarei e amadurecerei ideias, argumentos acadêmicos e atitudes para a prática cristã.

domingo, 18 de abril de 2010

Meu Vô Bené

Meu Vô Bené  era um vovozinho magricela, de pele negra, cabelos grisalhos, boné branco de malandro (jeito de malandro, carismático como malandro, mas todos ressaltam: ele era trabalhador), calça social, camisa e cigarros (às vezes, um cachimbo também), que me chamava de pretinha e me comprava doces quase todos os dias (para meu delírio e de outras crianças da vizinhança). Minhas lembranças dele vão até meus quase 8 anos de idade, quando ele morreu aos 65 anos. O homem mais lindo e estiloso do mundo. O homem mais carinhoso e dedicado à família que eu conheço. Nascido em 9 de julho de 1923, casou aos 22 anos e trabalhou muito para sustentar os sete filhos (que já não precisavam, mas ele continou trabalhando assim mesmo, até seus 65 anos). Senhor Benedito Jesus da Silveira. Jesus por antecedência de negros escravos. Silveira por ter pai italiano, que herdou o nome sei lá de que movimentação histórica (imigrações, exílio, fuga). Mas hibridização é isso: não há uma origem que se possa localizar, tudo é e continuará um híbrido indecifrável. Seu pai só aparecia deves enquando, mas ganhou o privilégio do sétimo filho do meu Vô ter seu nome - Jovino da Silveira.
Meu Vô assistia TV na sua pequena televisão no quarto. Diferente da grande TV da sala, que só passava Xou da Xuxa para mim e minha irmã. Na televisão dele, só se assistia Sem Censura, com apresentação de Leda Nagle até hoje. Ou o extinto Canta Conto, com Bia Bedran, marcado à ferro e à fogo na minha memória de infância saudosa.
Meu Vô gostava de política, mas não se envolvia, só tinha opinião. Opinião que o levava a votar nos políticos que prometiam dias melhores para os trabalhadores. Brizola era um querido. Gostava de samba e de mulher, mas manteve-se ao lado de minha Vó até a morte os separar. Meu Vô conheceu gente que agora é importante, como o Zeca Pagodinho (chamado carinhosamente de "meu garoto"). E um monte de gente conhece meu Vô, meu solidário e querido Vô Bené.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Você se sente livre?

Você se sente livre? Livre do DOPS? Livre da escravidão? Livre do racismo? Quero dizer que não importa como você se sente. A questão é: nós somos livres? As falsas sensações de liberdade só tornam a realidade, injusta e desigual, ainda mais cruel. E quão vastas são as estratégias que nos levam à sensação de liberdade. Liberdade de escolha. Liberdade de imprensa. Liberdade de expressão. Liberdade de crença. Liberdade de pensamento. Liberdade de crítica. Liberdade de docência. Liberdade de reunião. Mas se pararmos para pensar por mais um minuto, será que nossa sensação de liberdade pode ser desconstruída pelas diferentes restrições e/ou coações às quais somos submetidos todos os dias? Se quiser (ou puder), deixe comentários compartilhando quais...
Você é livre para ser você mesmo/a? Quando é prudente usar a voz ou deixar que saibam que você tem uma? E quando é tolice? O blog é um canal de voz? Você acha arriscado que tantos dos seus EUS se reúnam em um só lugar de enunciação onde TODOS conheçam seus OUTROS EUS ocultos? Quais são os limites sociais de quem se expõe sem reservas? Aliás, é possível uma exposição total/completa/absoluta?

Dormi pensando nisso, logo após assistir ao filme Os Desafinados na Tv, ontem à noite. Não consegui assistir no cinema, em 2008 (acho), por falta de grana. Então briguei com o sono para não perder a oportunidade de assistí-lo na Tv aberta. É um desses filmes brasileiros gostosos de assistir e com uma crítica política bemmmmm ao fundo. Mas qualquer coisa me faz pensar. E o que mexeu comigo, nesse filme, foi a morte do personagem Joaquim, interpretado por Rodrigo Santoro. Não há nada de mais, assista se quiser. Mas isso me inquietou porque eu quero ter memória. Eu quero conhecer a história. E, então, saber o que interrogar, como sugere meu "parceiro" teórico Homi Bhabha.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Aulas suspensas na UERJ

Ontem à noite, enquanto eu estava em sala de aula, percebi a forte chuva pela janela. Imaginei que eu poderia me molhar mesmo com um guarda-chuva e lamentei a chuva ser de vento. Quando desci pelo elevador e encontrei o Hall do Térreo cheio de alunos, imaginei que a situação poderia ser mais complicada e pensei em inundação. Não deu outra. As pessoas não podiam ir para suas casas porque o trânsito estava completamente parado e as ruas alagadas. Sorte de quem poderia usar a alternativa do metrô, com funcionamento normal. Mais sorte ainda das pessoas que, como eu, já haviam comprado o ticket de passagem com antecedência.
A estação do Maracanã do Metrô Rio não estava preparada para o aumento de fluxo de passageiros. Não puderam organizar as filas como fazem em jogos no estádio do Maracanã, por exemplo. Foi um caracol humano e meio tumultuado à primeira vista. Mas parece que funcionou bem. O que não foi nada legal foi encontrar vagões lotados de agregados que, comumente, utilizam outros transportes públicos. Mas não havia outro jeito: o metrô era uma ótima opção de transporte sem inundações nem engarrafamentos.
Lamentei não ter uma câmera comigo para registrar tudo o que vi. Tudo surreal. A UERJ fica num ponto muito vulnerável da cidade. Rio Maracanã transbordou, ônibus ficou submerso em frente ao CEFET... Loucura total. Mas, graças a Deus, cheguei em casa com tranqulidade. Aliás, sou muito grata por estar acompanhando o caos apenas pela TV e pela internet. E não pela janela da minha casa na Pavuna. As aulas foram suspensas na UERJ nestas terça-feira e quarta-feira, assim como em outras isntituições de ensino básico e superior no Rio.
Oremos pela nossa cidade e municípios vizinhos. Oremos pelos os que perderam pessoas queridas e para que o número de mortos pare em 98. Oremos por uma quarta-feira de reestabelecimento da normalidade. Que as imagens de uma cidade fantasma fiquem na terça-feira e a cidade volte a ter vida nas ruas no dia que está vindo. Que as autoridades arrumem as bagunças históricas. Que voltemos às aulas na quinta-feira.

domingo, 4 de abril de 2010

MINHA PÁSCOA

Não escreverei sobre o verdadeiro sentido da Páscoa. Tenho a impressão de que todos já sabem, desde as festinhas do pré-escolar até às mensagens virtuais que recebemos em nossos e-mails e redes sociais. Eu nem ia postar nada hoje, mas achei que não poderia deixar passar em branco, no meu blog, uma data tão importante para mim. Assim, decidi apenas escrever como foi maravilhoso o meu início de dia para comemoração da Páscoa cristã. Sim, pois devem saber que existem outras páscoas por aí (se interessar, busque no google, rs).
Há muito tempo não vou aos cultos matinais de domingo com a presença do meu esposo. Faz um tempo que ele está trabalhando todos os sábados e domingos na feira de arte e artesanato da Praça do Lido, em Copacabana. Hoje, para minha alegria e dos nossos filhos, ele separou a manhã para um programão em família. Meu sogro também apareceu antes de voltar para a sua cidade e nos deu uma carona até a igreja, após presentear as crianças com chocolates. Nham Nham!
Na igreja, eu, meu esposo e minha irmã louvamos ao Senhor, oramos e reafirmamos nossa comunhão com Jesus e com tudo o que representa. Nossos filhos brincaram, louvaram e ganharam bombons, rs. E participamos da Santa Ceia (as crianças só do pão): momento mais do que maravilhoso. É notório (ou quase, já que não podemos ignorar que muitas pessoas pelo mundo ainda não conhecem o evangelho de Cristo) que Jesus sentou-se à mesa com seus 12 discípulos e partilharam o pão (representando a carne/corpo de Cristo) e o vinho (representando o sangue dEle). E orientou que todos os seus seguidores, até o dia da Sua volta, participem da Santa Ceia em memória dEle e de tudo o que fez por nós.
Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha (I CORÍNTIOS 11: 26).
O sangue é o cálice da nova aliança, que nos tirou da condição de pecadores e nos elevou a filhos salvos de Deus (desque que aceitemos Sua Palavra). E sobre Sua carne levou todas as dores e enfermidades do mundo. Hoje, temos o direito à saúde e à salvação. Mas há quem deseje roubar o que é nosso. Participar da Ceia Santa é a confirmação da nossa comunhão com Ele, mantendo-nos separados do Ladrão.
Meu esposo foi trabalhar, nossos filhos estão ansiosos pelos ovos, meus primos queridos vieram passar a páscoa conosco, mais tarde iremos à igreja para o musical de Páscoa e termina o feriado santo para a minha família. Oremos, leiamos a Bíblia, meditemos nas Palavras do Senhor e permaneçamos nela. Feliz Páscoa! Feliz lembrança de Cristo, Nosso Rei e Salvador!

sábado, 3 de abril de 2010

Entre a morte e a ressurreição

O sábado de aleluia é lembrado pelo dia de "malhação de Judas", o apóstolo traidor de Cristo. No Rio, o tradicional bloco do Cordão do Bola Preta esolheu malhar um boneco representando o deputado Ibsen Pinheiro, que apresentou um projeto de lei que faria o estado do Rio de Janeiro deixar de receber cerca de R$ 5 bilhões provenientes dos royalties da exploração do petróleo. Que violência! Sou carioca e quero paz até com Ibsen Pinheiro.

Mas este sábado santo trouxe-me uma reflexão sobre o entre-tempo entre a promessa e a concretização da ressurreição de Jesus. Quando o Nosso Salvador morreu, aqueles que conviviam com Ele parecem ter esquecido da promessa de ressurreição no terceiro dia do Seu sacrifício. Tanto é que quando chegaram notícias de que Jesus estava vivo, não acreditaram de pronto. Precisaram vê-lO com os próprios olhos. Tomé foi mais longe e precisou ver e tocar as feridas de Jesus (JOÃO 20: 25). Que tão pequena fé é essa que temos? Se Deus nos faz uma promessa, qual é a dificuldade de permanecer na Sua Palavra (assunto abordado em outro post deste blog)?
Ele não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como vos preveniu, estando ainda na Galiléia, quando disse: Importa que o Filho do Homem seja entregue nas mãos de pecadores, e seja crucificado, e ressuscite no terceiro dia. Então, se lembraram das suas palavras. (LUCAS 24: 6-8).
Essa passagem bíblica me mostra que mesmo que nossa fé seja pequena; que mesmo que eu me esqueça das promessas de Deus para a minha vida; que mesmo que eu negue a Jesus, mas se eu me arrepender, como Pedro, Ele será misericordioso para me perdoar; mesmo que eu duvide e fique confusa; mesmo que eu me assombre com a concretização dos seus milagres. NADA ME SEPARARÁ DO AMOR DE DEUS. NADA IMPEDIRÁ O SENHOR DE CUMPRIR SEUS PLANOS PARA A MINHA VIDA.
Você conhece as promessas de Deus para a sua vida? Há promessas pessoais, mas há promessas que são comuns a toda a humanidade, como:
  • Somos mais que vencedores em Cristo Jesus (ROMANOS 8:37).
  • Jesus levou nossas dores e enfermidades sobre Si (ISAÍAS 53: 4).
  • Todo o que pede, recebe (LUCAS 11: 10).
  • Não temas porque Deus é contigo. Ele te fortalece, te ajuda e te sustenta (ISAÍAS 41: 10).
Portanto, não precisamos temer enquanto esperamos. Por que nos preocupar se Deus é conosco? Enquanto esperamos, precisamos nos alegrar nas promessas de Deus. Deixar de olhar para o problema e nos regozijar pelo cheiro da chuva de abundância que já dá para sentir. Consegue sentir o cheiro da chuva? E mesmo que não sinta, creia somente, porque o milagre está à caminho.
Esqueça o rancor e a mágoa. Não deseje vingança contra quem te decepcionou. Que o Sábado Santo não seja lembrado como o dia de malhação de Judas. Mas que lhe traga à memória que Deus sempre cumpre Suas promessas. Que você viva um tempo de espera certa e feliz para a realização dos seus sonhos e projetos e não de dúvida e choro.
Amo vocês!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Por que nos amou tanto assim?

Hoje é o dia que escolhemos para comemorar a morte de Jesus Cristo, Filho de Deus. Aquele que veio a este mundo sem formosura, sem nenhum tipo de beleza que agradasse aos olhos (ISAÍAS 53: 2).
Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso (ISAÍAS 53: 3).
À quem desprezamos hoje? De quem desviamos o olhar, porque não queremos ver? Quem é invisível para nós? Rejeitamos alguém pela aparência física? Outro dia, um dos pastores da minha igreja lembrou de uma reportagem do Fantástico com a atriz Camila Pitanga. Ela vestiu um uniforme de faxineira de um shopping na zona norte do Rio e ninguém a reconheceu. E bastava olhar para seu rosto.
Em http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1329188-15605,00.html, além da experiência da atriz, relata também a experiência de um psicólogo que passou 9 anos como gari e quando entrou na universidade, nem os colegas de sala o reconheceram. Ele explica: "Não é que eles fingiram que não me viram, eles automaticamente me apagaram do campo de visão deles".
Pois é... Ele morreu em nosso lugar, como último sacrifício vivo para remissão dos nossos pecados. E cada vez que negamos o próximo, estamos negando tudo o que Ele fez por nós. Estamos dizendo que somos maiores e melhores que Ele. Que tudo o que Ele fez por nós, não valeu de nada. Este é mais um diz de alegria, porque Ele nos salvou. E mais um dia de reflexão, para não anularmos o amor dEle em nossas vidas. É apenas mais um dia, porque em todos precisamos nos alegrar e meditar no Senhor. Lembrar que Ele venceu o pecado e nos garantiu liberdade justificada, levando sobre si nossas dores e transgressões.
O título deste post é o título de uma música que as crianças lá da minha igreja dançaram e encenaram há uns anos atrás. Alguns, já são adolescentes, hoje, mas lembram com carinho dessa música. Eu acho muito bonito para crianças, por isso, segue o vídeo:

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Veio a tristeza? Permaneça na Palavra.

Veio a tristeza? Veio o desânimo? Veio a dúvida? Veio a ansiedade? Vieram as críticas? Não importa o que veio, permaneça na Palavra de Deus. E Deus diz que nada nos separará do amor de Cristo, nem morte  nem vida, nem coisas do presente nem do porvir, nem tribulação nem angústica, nem perseguição nem perigo, nem fome nem nudez. Somos entregues à morte o dia todo como ovelhas para o matadouro.
"Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou" (ROMANOS 8:37).
Hoje minha casa foi invadida, literalmente, por anjos. Não duvidem. É verdade. Mas explico que eram anjos meninos, de 12 a 14 anos (imagino), moradores da vizinhança. Estavam na praça em frente a minha casa quando viram minha vó chegar em um táxi sendo carregada, pois sentiu-se mal na rua. Todos acharam que era o coração, já que minha vozinha se queixava de fortes dores no peito. Só estavam meus pais e minha irmã em casa, completamente aflitos e sem saber o que fazer. Esses anjos, simplesmente, fizeram tudo. Invadiram a casa e quartos e ficamos felizes. Um encontrou uma toalha, molhou e colocou na testa da minha vó, que disse ter ficado aliviada. Outro pegou o telefone e ligou para a emergência. Outros tentavam parar algum táxi na rua, mas sempre garantindo que algum deles ficasse ao lado da minha vó para consolá-la. Eles a consolavam com carinho e palavras de ânimo. Tão espiritualizados, tão anjinhos enviados pelo Senhor. Foram incríveis.
Minha mãe, eu e minha vó ficamos encantadas com todos eles. Não só com a intenção boa, mas pela praticidade e agilidade. Foram anjos que souberam permanecer segundo os ensinamentos de Cristo de vida e de saúde, em meio a tanto nervosismo, sem temer o pior. E tranquilizaram a todos os presentes com palavras de benção e de ânimo. Posso dizer que nos ensinaram, com testemunho fiel, a permanecermos firmes nas promessas do Senhor mesmo diante das situações mais assustadoras.
Quem somos nós para termos nossa casa invadida por anjos do Senhor? Eles trouxeram uma presença tão abençoada pertinho de nós. Obrigada, anjinhos lindos. Que Deus abençoe vocês e suas famílias, sempre.
P.S.: Minha vó já está bem, em casa, sorrindo. E eu também estou bem, em casa, tentando meditar em tudo que aprendi hoje com esses pequeninos.

domingo, 28 de março de 2010

Amor, nosso filho está careca e sem dentes

Sabem aquele filme em que um pai cientista encolhe os próprios filhos (sem querer, claro), com uma máquina que inventou? Pois é... Antes de anunciar o desastre para a esposa, ele usa uma estratégia para amenizar o impacto da reação da mãe sobre ele, rs. Prefere iniciar a notícia com "querida" e depois soltar "encolhi as crianças". Não lembro muito bem qual foi a reação da mulher, mas escolhi a mesma estratégia para este post. ;-)
Achei uma lista com os piores pais do cinema, em um artigo publicado em: http://estilo.ig.com.br/pais2008/noticias/2008/08/09/os_piores_pais_do_cinema_1519976.html

Poxa, o coitado do Rick Moranis aparece ao lado do beberrão do Homer Simpson que sempre coloca a cidade onde mora em perigo, cada vez em que dorme na usina nuclear na qual trabalha. Mas o pior para o pobre Moranis é aparecer na mesma lista maligna que Darth Vader, de Stars Wars, rs. Ok, ele deixa objetos científicos perigosíssimos espalhados pela casa. Ok, ele não aprendeu da primeira vez e depois esticou o bebê. Mas lance a primeira pedra quem nunca pecou com os filhos.
Cansada de dizer para meu filho parar de correr pelo quintal da nossa casa com os priminhos que passaram uns dias com a gente, eu desisti e deixei prá lá. Enquanto eu estava me estressando pedindo para ele parar de correr, porque poderia cair, segurando e ameaçando colocá-lo de castigo se não parece de correr... Ele, simplesmente, não caiu. Continuava a correr e eu a ter um treco cada vez que pressentia alguma ameaça de queda. Aí, relaxei. Afinal, ele quase não vê os priminhos e estava tão feliz com a reunião de vários deles no mesmo dia. E foi justamente nesse momento que eu ouço o choro dele e os gritos das mulheres mais descontroladas com a cena pavorante. Resultado: perdeu os dois dentes da frente e eu mais um ponto para concorrer com Rick Moranis.
Depois de tudo resolvido com o cirurgião-dentista, pego o telefone para ligar para meu marido: - Amor, nosso filho perdeu os dentes, mas é temporário.
Pouco tempo depois (afinal, mal começou o ano e já tenho duas histórias para contar sobre o mesmo tema), eu estava ajudando meu filho com a lição de casa. Era a tarefa que menos gosto: pesquisar imagens raríssimas em jornais e revistas, recortar e colar. Olha que cada vez que vou ao supermercado ou ao shopping eu arrasto para casa toda e qualquer propaganda em revistas, folhetos e outros, já pensando no trabalho árduo de pesquisa escolar de imagens. Já burlei várias vezes, desistindo e pegando figuras na internet mesmo. Mas aí a pesquisa é bem diferente do que a professora costuma propor para ele, rs.
Bem, o caso é que após a colagem, deixei o caderno aberto sobre a mesinha do quarto dele para a cola secar e não grudar uma folha na outra. Era para ficar ali só por uns instantes, mas acabei esquecendo o caderno por lá e correndo o sério risco do meu filho amassá-lo, picotá-lo, rabiscá-lo e coisa assim. Mas o cabelo do meu filho que foi picotado. Aqueles cachinhos que tanto amo jogados no chão... Logo lembrei do momento em que tive os dentinhos dele em minhas mãos, daquela sensação de que poderia ter sido evitado e tal. Já era noite e não encontrei nenhum salão aberto perto de casa. Ele acabou indo com aquele cabelo pavoroso para a escola, na manhã seguinte. Depois, ele teve que raspar quase todo o cabelo. E mais uma vez: - Amor, nosso filho está careca, mas é temporário.
Minha estratégia com meu marido vai além do pai cientista. Substituo o "querido" por "amor" e utilizo a estratégia do "é temporário". Ah, sim, sem esquecer o "graças a Deus", que está no controle de tudo, impedindo que os resultados sejam ainda piores. :/ E "vamo que vamo". Eu zelando, cuidando, estressando, repreendendo, avisando, orientando e Deus colocando as mãos na massa toda vez em que eu falho. Falhar é humano, sucesso certo é com Deus. :)

sábado, 27 de março de 2010

Decifra-me ou devoro-te

Nem a sorte nem o azar são acasos do destino. Para mim, Deus está no controle daquilo que comumente chamam boa sorte. Jó passou por desgraças inacreditáveis, sob a permissão de Deus. Que também escolheu mudar a sorte do moribundo após um tempo "interminável" de dor e sofrimento. Quando me vejo reclamando que não aguento mais determinada pressão angustiante e, aparentemente, insuportável, tento aprender o que Jó aprendeu com Deus.
Essa aprendizagem era um enigma indecifrável até pouco tempo atrás. Não importa quantas vezes eu ouvi pregações sobre a história de Jó, eu não conseguia compreender, verdadeiramente, porque ele passou por tantas aflições. Eu entendia porque o Senhor permitiu que satanás roubasse tudo o que Jó tinha, provando suas virtudes enquanto homem temente a Deus e que se desviava do mal. Mas eu nunca percebi o motivo dele continuar sofrendo após passar na prova.
Na verdade, eu ainda não entendo muito bem. :/ Mas reconheço que aquele homem íntegro e reto teve sua sorte alterada por Deus exatamente no momento em que ele orava pelos seus amigos. Decifro ou Deus não mudará a minha sorte? Analisemos as pistas:
  1. Desviar-se do mal: todas as vozes que não paravam de tagarelar nos ouvidos de Jó (amigos e mulher) para ele amaldiçoar a Deus e para reconhecer que só poderia estar passando por tudo aquilo porque não tinha fé, não poderia ser perdoado por seus pecados e coisa e tal. Poxa, eu não aguento 1 minuto alguém falando sem parar como a professora do Charlie Brown (Blábláblábláblá). "- Quem mandou ter filhos?" "- Você não tentou o bastante" "- Deve haver alguma coisa errada com você" "- Você está orando?"... Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhh Às vezes, eu ignoro, fico triste, me sinto culpada, com raiva, fujo... Mas o pior é quando quero responder. Geralmente, não vale à pena. Eu deveria aprender com Jó a desviar-me do mal (ressentimento, ira, tristeza), a ouvir com temperança e sem me abalar.
  2. Orar pelo chato ao lado: Ok, ok. Quando alguém aparece só pra iniciar um blá blá básico nos meus ouvidos, eu devo orar. Orar por elas e por mim, porque como diz D2: a cabeça é fria, mas o sangue não é de barata. Mas eu não quero seguir D2, mas o que Cristo ensinou: "não é o servo maior do que o seu Senhor". Oras, se Jesus foi humilhado, perseguido, rejeitado, injustiçado, caluniado e orou por todo mundo, quanto mais eu... Se Ele que é Rei e Filho de Deus foi injustiçado daquele jeito e continua sendo até hoje, quanto mais eu... Nessa perspectiva, meus problemas são medíocres. Devo aprender a orar pelo próximo e não a reclamar da chatice que sai pela boca dele.
  3. Não reclamar: Po, Jó só dava graças a Deus. Perdeu quase todos os servos, bois, jumentas, ovelhas, camelos, filhos e filhas e, ainda, a saúde do corpo, mas continuava contente com Deus e glorificando-O. Ele até passou por momentos de maior fraqueza física, emocional e espiritual, mas manteve sua integridade. Manteve mesmo sendo consumido sem causa.
  4. Humildade: Ô carinha humilde era esse tal de Jó. Rico pra dedéu, mas sempre foi justo e reto com servos e outros. Quantas pessoas ganham um coisinha pouca e já ficam loucas, metidas, arrogantes, perdendo o senso do ridículo... Humildade é uma virtude maravilhosa. Mesmo quando Deus restaurou a prosperidade de Jó para além do que ele tinha antes, ele manteve-se humilde. Era um homem muito especial, verdadeiramente.
O que há para decifrar? Jó cofessou ao Senhor que não O conhecia, apenas de ouvir falar. Falava do que não entendia - coisas maravilhosas demais e que não conhecia. Charlie Brown também precisava aprender alguma coisa com Jó. Charlie vive cercado por muitas pessoas do blá blá. A professora sem-cabeça é completamente ignorada, ele sequer entende o que ela fala. rs Seus amigos falam, falam, falam e criticam Charlie. E ele só refletindo as falas dos outros como "verdades" de forte influência sobre suas escolhas e atitudes. "Charlie vai com os outros". Já pensou se Jó desse ouvidos aos seus amigos e esposa? Com certeza, Deus não mudaria sua sorte e ele seria devorado. Mas ele decifrou o enigma porque escutou ao Senhor, perguntou-Lhe e Deus o ensinou. E satanás, furioso, o que fez? Lançou-se no precipício ou devourou-se como a demoníaca esfinge? rs.

sexta-feira, 26 de março de 2010

E o que Nietzsche tem com isso?

Ontem, fui surpreendida por uma amiga na rampa do metrô do Maracanã, dizendo que o prédio da Universidade estava sendo evacuado e que ninguém poderia entrar. Pena que ela não me encontrou antes de eu passar pela roleta da estação. Seria menos um ticket gasto à toa. Mas já que eu já estava fora, entrei no campus para tentar encontrar meu marido, que estava em algum lugar lá dentro. Aproximei-me da portaria do prédio, mas os seguranças não deixavam ninguém passar. Disseram: ninguém entra, só sai. Não consegui falar com o celular do meu marido, então aguardei por ali mesmo.
Não parava de chegar alunos para a maratona de aulas e o tumulto só crescia. A concha acústica voltou a ser um ponto agitado de encontro e de bate-papo entre os estudantes da UERJ e de escolas próximas. A chopada que estava organizada para aquele dia, iniciou a venda de skol para os mais animados. Alguns, mais irritados, foram embora, imediatamente. Eu só estava preocupada em encontrar meu marido e em confirmar se eu deveria voltar no dia seguinte para uma aula às 7 da manhã (os seguranças afirmaram que sim).
Não demorou muito, meu marido saiu e acabamos por nos juntar aos animados que permaneciam na concha acústica. Não por estarmos igualmente animados, mas pelo receio de enfrentar um metrô lotado. Como o céu ainda estava claro, ficamos por ali por um tempo. Percebemos que a falta de energia elétrica se concentrava apenas dentro do campus, enquanto as lâmpadas da rua eram ligadas.
Meu marido pegou o telefone da segurança para que eu pudesse ligar bem cedo hoje e ser informada sobre o reestabelecimento da energia elétrica no campus. Hoje, como de costume, o despertador tocou às 5 horas da madrugada, rs. Tensa pela possibilidade de acordar tão cedo por nada, iniciei um processo lento para levantar da cama. Quando já estava pronta para sair, liguei para o número de telefone que meu esposo conseguiu com a segurança. Às 6:30 h, ainda não havia energia elétrica no campus, mas os seguranças não sabiam afirmar se haveria aula às 7h. Apenas informou que o prédio estava liberado para entrada. Obviamente, eu não arrisquei. Primeiramente, porque não acreditei que a falta de energia que durou horas retornaria justamente naqueles 30 minutos para o início das aulas. Segundo, porque eu duvidei que algum ser normal fosse subir tantos lances de escada por uma aula ou outra.
 O sentimento de culpa me pegou. Mas fui esquecendo quando pude conduzir meu filho à escola e participar do culto matinal da igreja onde congrego. O saldo: dois dias sem aulas, preocupação com o programa das aulas, desconfiança em relação a essa súbita falta de energia elétrica, um dia em casa, uma discussão com meu marido sobre Nietzsche. Pensando nos binômios Apolo/Dionísio, Comédia/Drama, UERJ Com/Sem Luz como reduções medíocres da realidade, questiono o que há para além dessas fronteiras discursivas. Quais as lacunas, contingências e contradições silenciadas? Sei lá, apenas interrogo.