domingo, 28 de março de 2010

Amor, nosso filho está careca e sem dentes

Sabem aquele filme em que um pai cientista encolhe os próprios filhos (sem querer, claro), com uma máquina que inventou? Pois é... Antes de anunciar o desastre para a esposa, ele usa uma estratégia para amenizar o impacto da reação da mãe sobre ele, rs. Prefere iniciar a notícia com "querida" e depois soltar "encolhi as crianças". Não lembro muito bem qual foi a reação da mulher, mas escolhi a mesma estratégia para este post. ;-)
Achei uma lista com os piores pais do cinema, em um artigo publicado em: http://estilo.ig.com.br/pais2008/noticias/2008/08/09/os_piores_pais_do_cinema_1519976.html

Poxa, o coitado do Rick Moranis aparece ao lado do beberrão do Homer Simpson que sempre coloca a cidade onde mora em perigo, cada vez em que dorme na usina nuclear na qual trabalha. Mas o pior para o pobre Moranis é aparecer na mesma lista maligna que Darth Vader, de Stars Wars, rs. Ok, ele deixa objetos científicos perigosíssimos espalhados pela casa. Ok, ele não aprendeu da primeira vez e depois esticou o bebê. Mas lance a primeira pedra quem nunca pecou com os filhos.
Cansada de dizer para meu filho parar de correr pelo quintal da nossa casa com os priminhos que passaram uns dias com a gente, eu desisti e deixei prá lá. Enquanto eu estava me estressando pedindo para ele parar de correr, porque poderia cair, segurando e ameaçando colocá-lo de castigo se não parece de correr... Ele, simplesmente, não caiu. Continuava a correr e eu a ter um treco cada vez que pressentia alguma ameaça de queda. Aí, relaxei. Afinal, ele quase não vê os priminhos e estava tão feliz com a reunião de vários deles no mesmo dia. E foi justamente nesse momento que eu ouço o choro dele e os gritos das mulheres mais descontroladas com a cena pavorante. Resultado: perdeu os dois dentes da frente e eu mais um ponto para concorrer com Rick Moranis.
Depois de tudo resolvido com o cirurgião-dentista, pego o telefone para ligar para meu marido: - Amor, nosso filho perdeu os dentes, mas é temporário.
Pouco tempo depois (afinal, mal começou o ano e já tenho duas histórias para contar sobre o mesmo tema), eu estava ajudando meu filho com a lição de casa. Era a tarefa que menos gosto: pesquisar imagens raríssimas em jornais e revistas, recortar e colar. Olha que cada vez que vou ao supermercado ou ao shopping eu arrasto para casa toda e qualquer propaganda em revistas, folhetos e outros, já pensando no trabalho árduo de pesquisa escolar de imagens. Já burlei várias vezes, desistindo e pegando figuras na internet mesmo. Mas aí a pesquisa é bem diferente do que a professora costuma propor para ele, rs.
Bem, o caso é que após a colagem, deixei o caderno aberto sobre a mesinha do quarto dele para a cola secar e não grudar uma folha na outra. Era para ficar ali só por uns instantes, mas acabei esquecendo o caderno por lá e correndo o sério risco do meu filho amassá-lo, picotá-lo, rabiscá-lo e coisa assim. Mas o cabelo do meu filho que foi picotado. Aqueles cachinhos que tanto amo jogados no chão... Logo lembrei do momento em que tive os dentinhos dele em minhas mãos, daquela sensação de que poderia ter sido evitado e tal. Já era noite e não encontrei nenhum salão aberto perto de casa. Ele acabou indo com aquele cabelo pavoroso para a escola, na manhã seguinte. Depois, ele teve que raspar quase todo o cabelo. E mais uma vez: - Amor, nosso filho está careca, mas é temporário.
Minha estratégia com meu marido vai além do pai cientista. Substituo o "querido" por "amor" e utilizo a estratégia do "é temporário". Ah, sim, sem esquecer o "graças a Deus", que está no controle de tudo, impedindo que os resultados sejam ainda piores. :/ E "vamo que vamo". Eu zelando, cuidando, estressando, repreendendo, avisando, orientando e Deus colocando as mãos na massa toda vez em que eu falho. Falhar é humano, sucesso certo é com Deus. :)

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