sexta-feira, 25 de junho de 2010

Time Goes By (1990/1991), Rebecca Horn

Eu nunca ouvi falar em Rebecca Horn até conferir a exposição Rebelião em Silêncio, no CCBB do Rio. Artes contemporâneas são ainda mais loucas do que as outras, parecem ainda mais próximas do ideal artístico de inutilidade. Mas, como sempre, eu não consigo apreciar arte sem buscar objetivos, justificativas, métodos. Meu olhar Moderno me aprisiona nas causalidades e, provavelmente, não quero me ver livre delas totalmente. Então, hibridizamos e deslizamos...
Sugiro que experimentem observar e o que mais quiser fazer na mostra de Rebecca Horn no CCBB, até 18 de julho. Mas façam isso com tempo, para aproveitar melhor o que a exposição têm para lhe oferecer. A mim, ofereceu sensações, pensamentos e um texto ao observar a obra intitulada O Tempo Passa:

Os binóculos que buscam ver de longe o que está perto do Outro. Os filmes que retratam experiências vividas pelo Outro. Os termômetros que medem nas ordens física e moral. Os sapatos que protegem os pés que se sujam e sujam as páginas da história.
O mal está sempre perto e nós sempre espiando o sofrimento, as câmaras de gás, os gritos, as dores, os medos, as mortes. Quem quer largar os binóculos da epistemologia iluminista e sair da zona de conforto? Quem quer ousar vivenciar como sujeito e deixar de objetificar o Outro?  (by Cassandra Pontes, 2010 ;-)