sábado, 27 de março de 2010

Decifra-me ou devoro-te

Nem a sorte nem o azar são acasos do destino. Para mim, Deus está no controle daquilo que comumente chamam boa sorte. Jó passou por desgraças inacreditáveis, sob a permissão de Deus. Que também escolheu mudar a sorte do moribundo após um tempo "interminável" de dor e sofrimento. Quando me vejo reclamando que não aguento mais determinada pressão angustiante e, aparentemente, insuportável, tento aprender o que Jó aprendeu com Deus.
Essa aprendizagem era um enigma indecifrável até pouco tempo atrás. Não importa quantas vezes eu ouvi pregações sobre a história de Jó, eu não conseguia compreender, verdadeiramente, porque ele passou por tantas aflições. Eu entendia porque o Senhor permitiu que satanás roubasse tudo o que Jó tinha, provando suas virtudes enquanto homem temente a Deus e que se desviava do mal. Mas eu nunca percebi o motivo dele continuar sofrendo após passar na prova.
Na verdade, eu ainda não entendo muito bem. :/ Mas reconheço que aquele homem íntegro e reto teve sua sorte alterada por Deus exatamente no momento em que ele orava pelos seus amigos. Decifro ou Deus não mudará a minha sorte? Analisemos as pistas:
  1. Desviar-se do mal: todas as vozes que não paravam de tagarelar nos ouvidos de Jó (amigos e mulher) para ele amaldiçoar a Deus e para reconhecer que só poderia estar passando por tudo aquilo porque não tinha fé, não poderia ser perdoado por seus pecados e coisa e tal. Poxa, eu não aguento 1 minuto alguém falando sem parar como a professora do Charlie Brown (Blábláblábláblá). "- Quem mandou ter filhos?" "- Você não tentou o bastante" "- Deve haver alguma coisa errada com você" "- Você está orando?"... Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhh Às vezes, eu ignoro, fico triste, me sinto culpada, com raiva, fujo... Mas o pior é quando quero responder. Geralmente, não vale à pena. Eu deveria aprender com Jó a desviar-me do mal (ressentimento, ira, tristeza), a ouvir com temperança e sem me abalar.
  2. Orar pelo chato ao lado: Ok, ok. Quando alguém aparece só pra iniciar um blá blá básico nos meus ouvidos, eu devo orar. Orar por elas e por mim, porque como diz D2: a cabeça é fria, mas o sangue não é de barata. Mas eu não quero seguir D2, mas o que Cristo ensinou: "não é o servo maior do que o seu Senhor". Oras, se Jesus foi humilhado, perseguido, rejeitado, injustiçado, caluniado e orou por todo mundo, quanto mais eu... Se Ele que é Rei e Filho de Deus foi injustiçado daquele jeito e continua sendo até hoje, quanto mais eu... Nessa perspectiva, meus problemas são medíocres. Devo aprender a orar pelo próximo e não a reclamar da chatice que sai pela boca dele.
  3. Não reclamar: Po, Jó só dava graças a Deus. Perdeu quase todos os servos, bois, jumentas, ovelhas, camelos, filhos e filhas e, ainda, a saúde do corpo, mas continuava contente com Deus e glorificando-O. Ele até passou por momentos de maior fraqueza física, emocional e espiritual, mas manteve sua integridade. Manteve mesmo sendo consumido sem causa.
  4. Humildade: Ô carinha humilde era esse tal de Jó. Rico pra dedéu, mas sempre foi justo e reto com servos e outros. Quantas pessoas ganham um coisinha pouca e já ficam loucas, metidas, arrogantes, perdendo o senso do ridículo... Humildade é uma virtude maravilhosa. Mesmo quando Deus restaurou a prosperidade de Jó para além do que ele tinha antes, ele manteve-se humilde. Era um homem muito especial, verdadeiramente.
O que há para decifrar? Jó cofessou ao Senhor que não O conhecia, apenas de ouvir falar. Falava do que não entendia - coisas maravilhosas demais e que não conhecia. Charlie Brown também precisava aprender alguma coisa com Jó. Charlie vive cercado por muitas pessoas do blá blá. A professora sem-cabeça é completamente ignorada, ele sequer entende o que ela fala. rs Seus amigos falam, falam, falam e criticam Charlie. E ele só refletindo as falas dos outros como "verdades" de forte influência sobre suas escolhas e atitudes. "Charlie vai com os outros". Já pensou se Jó desse ouvidos aos seus amigos e esposa? Com certeza, Deus não mudaria sua sorte e ele seria devorado. Mas ele decifrou o enigma porque escutou ao Senhor, perguntou-Lhe e Deus o ensinou. E satanás, furioso, o que fez? Lançou-se no precipício ou devourou-se como a demoníaca esfinge? rs.

5 comentários:

  1. kkkkk!!! Cassandra, vc é muito critiva! Lí os dois posts. Me diverti com o da UERJ, acordar 5 da manhã para ir a UERJ e não ter aula... dá raiva! Mas logo acima lí o post sobre Jó e fiquei pensando que ele daria graças ao Senhor! Olha só, e agora! Ter ou não ter raiva! Acho que Nietzsche tem tudo a ver com isso!!!! Muitos bjs e adorei o blog!

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  2. :) Pois é, aprendi a dar graças a Deus sempre e em toda e em qualquer situação. É uma terapia com ótimos resultados, rs. Obrigada por seu comentário, Sandra. Fiquei muito feliz. Bjs.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Depois que eu li Caim do Saramago eu consegui captar a mensagem cotidiana de "paciência de Jó"
    Interessante! rsrsrs

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